O que é Quiet Quitting?
Quais as causas do Quiet Quitting?
Como lidar com o Quiet Quitting?
Principais sinais de um Quiet Quitter
Como as empresas podem impedir o Quiet Quitting?
Diferença entre Quiet Quitting e Acting Your Wage

Quiet Quitting: descubra o que é, quais as causas e ainda, como lidar com essa prática

Entenda o que é Quiet Quitting, como esse modelo de trabalho se popularizou e ainda, descubra como lidar com essa prática e, como reconhecer um Quiet Quitter

Thiago Coutinho
Por: Thiago Coutinho
Quiet Quitting: descubra o que é, quais as causas e ainda, como lidar com essa prática

Conceito popularizado a partir da pandemia, onde as pessoas conseguiam trabalhar menos sem sofrerem consequências no ambiente de trabalho, o Quiet Quitting vem se tornado amplamente utilizado no mundo.

Ao contrário do que muitos pensam, a demissão silenciosa não possui ligação direta ao desligamento da empresa ou do cargo, mas em colocar limites para que a vida pessoal e profissional sigam separadas, evitando sobrecarga.

Muitas pessoas, inclusive, aproveitam o trabalho em modelo Home Office para realizarem outras atividades simultaneamente e até mesmo, reduzir a carga de trabalho.

Se você está curioso para entender mais sobre o conceito de Quiet Quitting, continue lendo este artigo que será desenvolvido através do seguintes tópicos:

  • O que é Quiet Quitting?
  • Quais as causas do Quiet Quitting?
  • Como lidar com o Quiet Quitting?
  • Principais sinais de um Quiet Quitter
  • Como as empresas podem impedir o Quiet Quitting? 
  • Diferença entre Quiet Quitting e Acting Your Wage

Aproveite a leitura e tenha um bom aprendizado!

O que é Quiet Quitting?

O conceito de Quiet Quitting, que pode ser traduzido para “demissão silenciosa”, ao contrário do que a maioria pensa, esse termo não se relaciona com a intenção de se demitir e abrange muito mais do que estar ou não contente com o cargo atual.

A maioria dos profissionais começam a aplicar o quiet quitting por não se sentirem valorizados pela empresa. O termo se refere à prática de produzir no ambiente corporativo somente aquilo que se foi designado, evitando sobrecarga.

Dessa maneira, os colaboradores cumprem seu papel trabalhista, mas também separam horários para se divertirem com a família e amigos, deixando o trabalho para trás.

Um dos fatores que aumentaram ainda mais essa prática, está a pandemia do Covid-19, dentre os principais acometidos por essa prática, está a Geração Z (pessoas nascidas entre 1995 e 2010).

Os motivos que levam a essa geração serem as mais praticantes desse modelo de prestação de serviço, é que essas pessoas nasceram em uma época onde as políticas públicas, econômicas e sociais não vão muito bem, somando a uma pandemia que abalou ainda mais o mercado.

Outro motivo, é que essa geração possui grandes mordomias que não haviam em gerações passadas, dificultando a ambientação no mercado trabalhista. Com a popularização do home office, na pandemia, as pessoas começaram a trabalhar menos sem que os líderes percebessem, não tendo consequências.

Confira no tópico seguinte, mais algumas causas do Quiet Quitting.

Quais as causas do Quiet Quitting?

O Quiet Quitting é provocado por múltiplos fatores, os quais, em conjunto, demarcam a fragilização da relação entre empresários e funcionários. Logo abaixo, você encontra as principais causas das conhecidas demissões silenciosas.

Salários baixos

O baixo salário é a principal motivação para as pessoas praticarem o Quiet Quitting, haja vista que os funcionários estão, constantemente, em busca por melhores condições de vida.

Nesse sentido, os profissionais que desejam alcançar o padrão de vida desejado reduzem ao mínimo suas atividades no ambiente trabalhista. Assim, essas pessoas procuram cumprir exatamente o horário estipulado pela empresa, ou seja, jamais estendem suas jornadas de trabalho.

Dessa forma, ao trabalhar somente no horário determinado pela corporação, os funcionários garantem tempo livre para realizar outras atividades.

Falta de reconhecimento 

A falta de reconhecimentos é um problema que atinge diversos cargos no ambiente corporativo, podendo atingir altos e pequenos postos de trabalho.

Nesse sentido, os funcionários que não apresentam o reconhecimento devido perante suas atividades e contribuições para o progresso da empresa se sentem desmotivados, o que impacta diretamente a qualidade dos serviços prestados.

Além dos baixos salários, a sensação de não ser valorizado também fomenta a tendência quiet quitting, haja vista que os profissionais, por não receberem o reconhecimento de suas funções, entendem que não vale a pena se esforçar pelas empresas.

Ambiente organizacional instável 

Um ambiente organizacional instável afeta diretamente o bem-estar dos profissionais de uma empresa. Nesse sentido, as demandas irreais e a carência de líderes para motivar e conduzir a equipe ao progresso impulsiona a prática do quiet quitting.

Assim, entende-se que um ambiente organizacional estável é imprescindível para impedir as demissões silenciosas e para garantir o reconhecimento e o bem-estar dos profissionais.

Abuso de poder 

O abuso de poder é uma realidade que pode ser verificada em diversas corporações. Nesse viés, a postura autoritária dos chefes das empresas impede uma comunicação saudável entre os funcionários.

Essa postura é responsável por construir uma ambiente de trabalho desfavorável ao bem-estar da equipe trabalhista, visto que o abuso de poder praticado pelos líderes, gestores e diretores afeta a garantia de direitos.

Sobrecarga de trabalho 

A sobrecarga de trabalho é outro fator que pode levar ao aumento da prática de “quiet quitters". Isso ocorre devido a má divisão das tarefas corporativas, o que exige dos funcionários a realização de horas extras para suprir as demandas dos superiores.

Assim, ao se depararem com o aumento das horas de serviços, os trabalhadores recorrem à tendência quiet quitters.

Entenda seus funcionários!

Saber o que os colaboradores pensam acerca de sua empresa é essencial para manter um clima de motivação, e por consequência, de produtividade no ambiente de trabalho.

Descobrir o quanto eles querem trabalhar, o quanto gostam do trabalho, entre outros, é necessário para se ter uma boa gestão de pessoas.

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Como lidar com o Quiet Quitting?

As empresas que desejam melhorar a qualidade do ambiente trabalhista precisam investir em uma gestão mais humanizada. Nesse viés, o departamento de Recursos Humanos deve atuar na promoção de medidas para impedir a propagação do quiet quitting entre os funcionários.

Confira, logo abaixo, algumas ações possíveis que as empresas devem implementar na rotina de trabalho.

Construir diálogo com a equipe de funcionários 

Para se promover uma gestão humanizada, as empresas devem construir uma relação de transparência e de confiança com seus funcionários.

Assim, é importante construir ferramentas para ampliar o diálogo com a equipe, pois, assim, os profissionais conseguem expressar suas dificuldades e necessidades.

Incentivar o respeito aos limites 

Saber impor limites é uma atitude imprescindível para se promover uma boa liderança no ambiente corporativo.

Nesse sentido, os líderes precisam aprender a impor limites de uma maneira a não gerar um ambiente desagradável.

Fortalecer a gestão do tempo 

Os gestores de uma empresa precisam atuar na melhoria da gestão do tempo das diversas atividades exercidas no ambiente corporativo.

Nesse sentido, os líderes são responsáveis por ajudar o corpo de funcionários a otimizar sua organização com as tarefas e a priorização de cada uma delas.

Além disso, os gestores também podem investir em cursos de gestão de tempo e inteligência emocional para auxiliar os funcionários.

Implementação de ações a favor do bem-estar 

Uma das melhores maneiras de lidar com o quiet quitting é a promoção de ações proativas para ampliar a qualidade de vida e o bem-estar de toda a equipe de funcionários.

Confira, logo abaixo, algumas medidas que o departamento de Recursos Humanos pode implementar para promover o bem-estar no ambiente corporativo.

  • jornada flexível para além do horário comercial 
  • focus day para ter um dia da semana livre de reuniões 
  • sextas-feira com meia jornada de trabalho 
  • direito a prática de atividade física dentro da jornada de trabalho 

Principais sinais de um Quiet Quitter

A identificação do quiet quitter no ambiente de trabalho não é uma tarefa fácil.

Em contrapartida, para que a empresa consiga verificar se essa prática se faz presente entre os funcionários, o departamento de Recursos Humanos deve acompanhar a rotina dos colaboradores, a fim de identificar possíveis sinais de tal prática.

Nesse sentido, o RH deve estar atento a possíveis mudanças no comportamento dos funcionários. A título de exemplo, a diminuição da proatividade e do engajamento da equipe são marcas da tendência quiet quitter.

Além disso, os funcionários começam a se distanciar de determinadas tarefas da empresa, focando sua atuação apenas no cumprimento das funções estabelecidas no contrato.

O setor de Recursos Humanos também deve avaliar a frequência, a presença e as horas de trabalho dos funcionários. Isso permite verificar se os atrasados, os atestados médicos e as faltas injustificadas estão mais frequentes.

Logo abaixo, você encontra de forma resumida alguns sinais do quiet quitter no ambiente corporativo:

  • Restrição das atividades laborais;
  • Diminuição do engajamento no trabalho;
  • Desânimo perante as atividade laborais; 
  • Falta de interesse em participar de projetos paralelos aos cargos;
  • Diminuição da interação com a equipe de trabalho;

Por fim, é muito importante que o departamento de Recursos Humanos estabeleça uma relação de proximidade com os funcionários, com o fito de verificar se eles estão enfrentando algum problema e, com isso, atuar na busca por soluções para ajudar toda a equipe.

Como as empresas podem impedir o Quiet Quitting? 

As empresas que desejam impedir a prática do ‘’quiet quitting’’ precisam investir em diversas mudanças no ambiente corporativo. Assim, promover uma liderança humanizada e valorizar a qualidade de vida dos colaboradores são medidas imprescindíveis para romper com essa tendência.

Confira, logo abaixo, outras medidas que os gestores podem aplicar em suas empresas para impedir o ‘’quiet quitting’’.

1. Capacitar os líderes para uma atuação mais individualizada 

Um dos pilares para se tornar um bom líder é conhecer de forma individualizada os profissionais que compõem sua equipe.

Nesse sentido, os líderes devem buscar entender os limites e as necessidades de seus colaboradores, a fim de construir uma relação pautada no respeito e na ajuda mútua entre as partes.

2. Priorizar as pessoas e não somente os processos 

Outra medida que impede a adesão dos funcionários às demissões silenciosas é a priorização das pessoas antes dos processos.

Assim, um ambiente corporativo que prioriza os processos é mais inclinado a comprometer a saúde física e emocional dos trabalhadores, visto que a imposição de metas excessivas e de horas extras impulsiona a adesão dos funcionários ao ‘’quiet quitting’’.

3. Criar meios de comunicação seguros e efetivos 

A promoção de uma gestão humanizada envolve o desenvolvimento de vias de comunicação seguras e efetivas.

Nesse viés, a empresa deve investir na construção de uma cultura de feedbacks no ambiente corporativo, a fim de que os líderes e seus colaboradores consigam desenvolver um diálogo sem conflitos para melhorar os negócios e as relações dentro da empresa.

Assim, uma comunicação segura faz parte da liderança individualizada, pois, muitas das vezes, a causa do baixo rendimento de algum profissional da empresa é a relação desequilibrada com outro funcionário da equipe ou, até mesmo, com pessoas em posição de chefia.

4. Estabelecer as prioridades de forma segmentada 

Primeiramente, é válido pontuar que para estabelecer prioridades de forma segmentada, as empresas precisam efetivar os três pontos já mencionados, isto é, a liderança individualizada, a priorização das pessoas e o desenvolvimento de meios de comunicação seguros.

Após isso, os líderes devem dividir as tarefas do ambiente corporativo de acordo com a capacidade e a função de cada funcionário. Assim, ao realizar as prioridades de forma segmentada, o rendimento e a satisfação dos profissionais aumentam.

5. Oferecer vantagens para incentivar e reter talentos 

Por fim, uma das principais causas que levam a adesão dos funcionários ao "quiet quitting’" é a falta de reconhecimento perante a eficiência na realização das tarefas programadas.

Nesse sentido, para reverter tal quadro, as empresas devem investir em meios para recompensar os profissionais que se destacam na proatividade, haja vista que é uma maneira de demonstrar a importância dos funcionários dentro da corporação.

Além disso, a valorização de talentos permite o desenvolvimento de uma cultura entre os colaboradores, haja vista que, ao apresentar o colega de serviço como um referencial, começam a se inspirar para entregar maior dedicação nas funções desempenhadas.

Diferença entre Quiet Quitting e Acting Your Wage

A notória disseminação da tendência quiet quitting permitiu o surgimento de diversas variações. A exemplo disso, o acting your wage apresenta grande destaque, visto que defende que os empregados exerçam apenas as atividades estipuladas no contrato.

Nesse sentido, diferentemente do "quiet quitting", o acting your wage segue exatamente as funções programadas no contrato, negando qualquer pedido de trabalho extra, reforçando ainda mais a insatisfação do colaborador.

Assim, os profissionais que seguem essa nova variante exercem um trabalho proporcional ao salário recebido pela empresa, dessa forma, não ultrapassam os limites pessoais e emocionais.

Um ponto importante para minimizar os impactos dessa nova tendência, é garantir um ambiente seguro para que os colaboradores dialoguem sobre suas insatisfações, gerando sentimento de confiança e de pertencimento.

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Thiago Coutinho

Thiago Coutinho

Thiago é engenheiro de produção, pós-graduado em estatística e mestre em administração pela UFJF. Especialista Black Belt em Lean Six Sigma, trabalhou na Votorantim Metais e MRS Logística, onde foi gestor e especialista em melhoria contínua. Com certificações MOS® e Auditor Lead Assessor ISO 9001, atuou em projetos de consultoria e ministrou treinamentos e palestras em congressos como ENEGEP e Six Sigma Brasil. Professor nas áreas de Gestão e Empreendedorismo, é fundador do Grupo Voitto e mentor de empresas, dedicando-se à liderança executiva da Voitto, com a visão de torná-la a maior escola online de gestão do Brasil.

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