O Efeito Hawthorne está relacionado à forma como as pessoas reagem à observação, supervisão e manipulação de suas ações por outras pessoas, principalmente as de cargos superiores aos seus.
Ele está diretamente relacionado a como a motivação e outros fatores econômicos e sociais do trabalho impactam diretamente na capacidade produtiva de um trabalhador.
Como você verá a seguir, sentir-se observado pode afetar qualquer tipo de comportamento, até mesmo hábitos de higiene ou alimentares.
Continue a leitura e confira como o Efeito Hawthorne foi aplicado e entenda o porquê dele estar relacionado à motivação e à produtividade a partir dos seguintes tópicos:
Vamos lá!
O Efeito Hawthorne nada mais é que a reação de produtividade por meio da observação, julgamento de terceiros e mudanças no ambiente de trabalho.
Dessa forma, ele estuda o comportamento das pessoas quando estão sendo observadas por alguém de cargo superior e qualquer ação pode ser considerada: trabalho, hábitos alimentares, práticas de higiene, entre outras.
Esse efeito mostra como as pessoas se sentem mais motivadas a realizarem suas atividades quando estão sendo observadas por gerentes e coordenadores, resultando em aumento da produtividade.
Entretanto, vale lembrar que vários são os fatores responsáveis por essa motivação, desde econômicos, como bonificações e aumento de salário, até sociais, como sentimento de aprovação, superação e reconhecimento.
Nesse sentido, a experiência mostrou que as mudanças no ambiente de trabalho são peças fundamentais para influenciar o comportamento dos trabalhadores, mas que apesar de todas as alterações, a produtividade é movida pelas relações sociais entre os grupos formados nas empresas e não por fatores fisiológicos.
Além disso, constatou-se que a especialização no trabalho não significa eficiência e os trabalhadores buscam modificar suas funções constantemente para fugir da monotonia.
A experiência de Hawthorne foi realizada entre 1924 e 1932, pelo Conselho Nacional de Pesquisas dos Estados Unidos, em uma fábrica da Western Electric Company, situada em Chicago, no bairro de Hawthorne.
O trabalho foi coordenado pelo psicólogo, sociólogo e pesquisador de Harvard, Elton Mayo, com o objetivo de relacionar a intensidade da iluminação da fábrica e a eficiência produtiva dos operários.
Buscando findar com a ideia da clássica Administração Científica, caracterizada por um sistema rígido e mecanicista, a experiência de Hawthorne foi executada em quatro fases:
Dois grupos de operários foram escolhidos para observação da capacidade produtiva, realizando o mesmo trabalho em condições idênticas, porém, um grupo trabalhava com iluminação variável e o outro com iluminação constante.
Os resultados não foram conclusivos. Logo, o experimento teve etapas seguintes a esse estudo, com cinco funcionárias da sala de montagem de relés de telefone. Foram manipulados vários fatores cotidianos do trabalho, como interrupção de tempo, pagamentos e supervisões.
Essas ações possibilitaram a exploração de outros tópicos como fadiga, acidentes, rotatividade e produtividade, além de chegar à conclusão relacionada aos fatores internos e externos responsáveis pela motivação e pelo aumento da capacidade produtiva.
A terceira fase do experimento esteve relacionada a entrevistas realizadas com as mulheres dos estudos anteriores. Os pesquisadores verificaram que as operárias do grupo controle consideravam humilhante a supervisão vigilante e constrangedora.
O Programa de Entrevistas teve o intuito de conhecer as atitudes e os sentimentos dos trabalhadores, considerando as suas opiniões sobre o trabalho e o tratamento recebido. Houve a descoberta da organização informal em solidariedade ao grupo.
O experimento final teve o objetivo de comparar as relações formais e informais de trabalho com o fator econômico.
Dessa forma, realizaram o sistema de pagamento baseado na produção do grupo, que só poderia ser maior proporcionalmente à produção total. Ao invés de ela aumentar, ela diminuía como forma de solidariedade e de protesto do grupo com os seus superiores.
Confira no próximo tópico quais foram as conclusões da Experiência de Hawthorne.
Elton Mayo concluiu que a intensidade da iluminação da fábrica não era o único fator responsável pela queda de rendimento dos operários, mas sim, fatores psicológicos e sociais.
Os operários passaram a reagir ao fato de estarem sendo observados por experimentadores e, essa consciência levou ao aumento de produtividade. Além disso, a melhoria das condições de trabalho e das relações humanas também foi responsável por esse aumento.
Outras conclusões secundárias da experiência foram:
O pesquisador Tim Eckmanns coordenou um estudo relacionado à lavagem das mãos entre equipes médicas. Essas quando sabiam que estavam sendo observadas passavam a lavar as mãos 55% mais do que quando não estavam sendo observadas.
O Efeito Hawthorne mostra como a motivação é importante para possibilitar o aumento da produção no trabalho.
As pessoas que estão motivadas com o trabalho também são mais positivas e entusiasmadas com as suas funções, o que permite o alcance de melhores resultados.
A empresa passa a ser visualizada como uma organização social composta de grupos sociais informais, que definem suas regras de comportamento, sanções sociais, recompensas, crenças e expectativas e as integram na forma de trabalho.
Além disso, a Teoria das Relações Humanas demonstra como essas relações sociais são impactadas pela personalidade e por comportamentos individuais, que criam atmosferas para ações motivadoras e livres por parte dos colaboradores.
Anteriormente, a Teoria Clássica estava relacionada a temas mais rígidos e mecanicistas, levando em conta que a produtividade e a motivação estavam conectados apenas a fatores econômicos.
A teoria de Frederick Herzberg, psicólogo e professor de gestão empresarial americano, diz que a motivação e satisfação das pessoas no ambiente de trabalho podem ser obtidas de duas formas:
Os fatores higiênicos são extrínsecos, ou seja, estão relacionados à empresa, e existem para prevenir a desmotivação. A presença deles não causa motivação, mas a ausência, por outro lado, desmotiva o grupo.
Como exemplo podemos citar o salário, bonificações e benefícios, clima organizacional, política da empresa, entre outros.
Já os fatores motivacionais são intrínsecos à pessoa que está ocupando um cargo e às tarefas exercidas. Ao contrário da extrínseca, essa por sua vez é a responsável pela motivação, aumento da produtividade e satisfação com o emprego.
Neste caso, podemos exemplificar: sentimento de superação, realização, reconhecimento, liberdade para realizar o trabalho, etc.
Por isso, vale lembrar também a importância de um líder que mantenha os seus liderados motivados, para obter melhores resultados em uma equipe positiva. Também é necessário identificar o que é responsável por essa motivação para realizá-la, buscando a valorização e o respeito por parte dos líderes.
Um líder deve realizar uma comunicação assertiva, oferecendo feedbackse envolvendo os seus liderados nas decisões que afetam a equipe. Isso resulta em um conjunto homogêneo, que se sente parte da empresa, é engajado e empoderado, trazendo alta performance à célula.
Para prevenir os efeitos observados nas quatro fases, é imprescindível que a empresa faça uso de incentivos para melhorar o desempenho dos colaboradores, assim como seja adepta à cultura de feedbackspara que eles possam entender no que melhorar no desempenho, além de propiciar a união entre a equipe.
A valorização pessoal também é um ponto que deve ser adotado, visto que os trabalhadores que se sentiram mais valorizados eram mais produtivos.
E não, não estamos falando de apenas aumento do salário ou bonificações, mas também de reconhecimento pelo trabalho realizado, transparência entre as decisões e oportunidade de fala.
Por fim, os líderes devem considerar que os aspectos emocionais também influenciam a produtividade. O Efeito Hawthorne demonstrou bem que, se um colaborador está desanimado e desmotivado, a produção não é realizada com eficiência.
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Grad. em Jornalismo na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Redatora de conteúdo em portais esportivos como VAVEL e Planeta Futebol Feminino. Experiência em Comunicação Institucional nas Diretorias de Imagem e de Relações internacionais da UFJF. Atuou como Assessora de Gestão e Estratégia e Consultora de Planejamento e Mídias na Acesso Comunicação Junior. Tem como objetivo pessoal compartilhar conhecimento sobre Organização Criativa e Metodologia Ágil para que as pessoas alcancem maiores resultados e produtividade no estudo e no trabalho.
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