Descubra o que é a Pirâmide de Bird e como ela previne acidentes dentro das empresas

A Pirâmide de Bird é uma ferramenta fundamental para a prevenção de acidentes de trabalho em uma empresa. A partir dos conceitos de controle de acidentes, lesões, custos e danos materiais, é possível identificar a proporção gráfica desses acontecimentos e realizar medidas que contribuam para evitar esses riscos e outras doenças do trabalho.

Além desse objetivo principal, colocar em prática a Pirâmide de Bird em uma organização contribui para a melhoria contínua dos processos, identificando as principais causas dos possíveis incidentes, fazendo controle de riscos e descobrindo como reduzir e até extinguir esses eventos indesejados que impactam diretamente a saúde corporativa.

De acordo com esse estudo, esses riscos possuem uma lógica constante e proporcional dentro das companhias e que o foco dos gestores deve estar nos pequenos acidentes. Continue neste artigo e confira como a Pirâmide de Bird pode ser útil na segurança do trabalho de uma empresa a partir dos seguintes tópicos:

• O que é Pirâmide de Bird?
• Como funciona a Pirâmide de Bird?
• Qual a importância da Pirâmide de Bird?
• Como utilizar a Pirâmide de Bird?
• Pirâmide de Bird x Pirâmide de Heinrich

Bom aprendizado!

O que é Pirâmide de Bird?

A Pirâmide de Bird é resultado de um estudo de Frank Bird Jr nas décadas de 1950 e 1960 nos Estados Unidos para medir e caracterizar os riscos de trabalho dentro das corporações.

Ele criou essa pirâmide com o intuito de criar condições mais seguras para os trabalhadores e consequentemente impedir processos judiciais e outros inconvenientes para as empresas.

Em sua primeira análise, Frank Bird analisou 90 mil acidentes de trabalho na empresa de aços independentes Luckens Steel, com cerca de 5 mil funcionários entre os anos de 1959 e 1966, e descobriu uma proporção dos acidentes de trabalho:

• Proporção de 1:100:500: para cada 500 acidentes sem lesões, acontecem 100 com lesões leves e 1 com lesões graves.

Após a publicação do livro Damage Control pela American Management Association (AMA) e contratação como diretor na empresa de seguros Insurance Co. of North American, o engenheiro especialista em segurança do trabalho analisou 1,7 milhão de acidentes em 297 empresas de 21 grupos industriais distintos e descobriu outro padrão:

• Proporção de 1:10:30:600: para cada acidente fatal, existem 10 pequenos acidentes, 30 acidentes com danos materiais à propriedade/lesões e 600 incidentes ou quase acidentes.

Dentro desses conceitos, os acidentes menores consistem em ferimentos, danos e prejuízos, enquanto as lesões são pancadas e contusões e os pequenos incidentes são situações inesperadas que alteram a normalidade do trabalho. Esses últimos merecem bastante a atenção dos gestores.

A observação científica das relações entre os acidentes de trabalho e as suas causas é fundamental para evitar que ocorrências aparentemente bobas resultem em incidentes graves e que impactam a empresa como um todo.

Entretanto, é importante ressaltar que esse percentual pode sofrer modificações, de acordo com a escolha do tamanho e do setor das empresas, principalmente levando em conta mudanças da atualidade.

Por isso, é essencial realizar um novo cálculo para a empresa de interesse, de acordo com as suas características específicas.

Como funciona a Pirâmide de Bird?

De acordo com a Pirâmide de Bird, independente do setor e do porte de uma empresa, passa a ser possível a identificação de eventos de maior gravidade como raros e incidentes ou quase incidentes como corriqueiros. Além disso, eles acontecem com influência uns dos outros, a partir do denominado “efeito dominó”.

Em consequência disso, os incidentes ou quase incidentes devem ser levados em conta para a tomada de ações preventivas, ou seja, aquelas que têm o principal intuito de escapar de acidentes. Elas obtêm muito mais sucesso do que as ações corretivas, utilizadas para modificar esses desvios.

Sob outra perspectiva, deve haver um maior cuidado com casos que arriscam a saúde dos trabalhadores, a partir de incidentes simples e consequentemente mais corriqueiros, pois elas são as principais motivadoras dos acidentes fatais que ocupam o topo da pirâmide de Frank Bird Jr.

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Qual a importância da Pirâmide de Bird?

A Pirâmide de Bird é importante para aperfeiçoar e garantir a segurança do trabalho, a partir da definição de padrões de acidentes e a realização de medidas preventivas para que a frequência desses acidentes seja reduzida.

De acordo com levantamento do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, só no Brasil, quase 23 mil mortes foram registradas no mercado de trabalho, sendo 2.487 delas só em 2021. Ou seja, é uma situação que precisa sofrer alterações em seu percurso.

Dessa maneira, o gestor utiliza essa teoria para adquirir informações sobre os processos, investigar e analisar todas as atividades realizadas por cada colaborador, entendendo quais são os possíveis riscos e identificando desvios de segurança.

Ou seja, além da melhoria contínua dos processos, a Pirâmide de Bird também é fator predominante no gerenciamento de custosde uma empresa, já que define ações que devem ser tomadas para reduzir acidentes e até mesmo processos jurídicos por parte de trabalhadores lesados.

O Banco Mundial e a Organização Internacional do Trabalho concluíram que 4% do produto interno bruto (PIB) mundial é gasto a partir de acidentes de trabalho. Todo esse prejuízo poderia ser evitado com pequenas atitudes analisadas e traçadas pelos gestores dessas empresas.

Em seguida, esses processos podem ser monitorados e revisados para avaliar a eficácia das medidas preventivas adotadas. A partir de auditorias de segurança, inspeções e pesquisas com colaboradores, o gestor pode identificar outras falhas e ajustar o que for necessário.

Acima de tudo, a Pirâmide de Bird é importante para a criação de uma cultura de segurança com os colaboradores de uma organização. Além de conscientizar sobre a importância da área, a realização de treinamentos e o incentivo à comunicação aberta são outras ações possibilitadas por essa teoria, criando um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo.

Como utilizar a Pirâmide de Bird?

Na prática, a Pirâmide de Bird possui distintas áreas de atuação em uma empresa, além do próprio cálculo da proporção de acidente fatal, lesão, pequeno incidente e quase acidente.

Assim, é possível utilizá-la para identificar e entender as causas desses acidentes de trabalho, assim como a relação entre motivação e produtividadedos colaboradores.

Para realizar essas análises, o gestor deve se preocupar em investigar essas variáveis em cada equipe, mantendo sempre a fluidez na comunicação e registrando todas as observações possíveis. Esse contato é necessário até mesmo para fomentar a conscientização dos colaboradores em relação a todos os riscos.

Colocar a segurança do trabalho em prática mostrando casos famosos de acidentes e como eles podem ser evitados com pequenas ações, assim como a produção de manuais que explicam o funcionamento e o manejo de máquinas, operações e equipamentos de proteção individual (EPIs) obrigatórios são outras ações interessantes.

Montar um calendário de ações com base nas características da empresa é fundamental para atingir todas as necessidades dos setores, contribuindo para o aperfeiçoamento de atividades que sigam a metodologia da Análise Ergonômica do Trabalho (AET) e promovendo assim um ambiente confortável e seguro para o colaborador.

Adaptar a teoria à realidade de uma empresa é o comportamento mais certeiro para alcançar o sucesso e evitar grandes acidentes. Desde o gerenciamento de riscos até a definição de padrões de tolerância, essas variáveis estão diretamente relacionadas ao segmento do negócio e, por isso, nada deve ser considerado uma verdade absoluta.

Pirâmide de Bird x Pirâmide de Heinrich

A Pirâmide de Bird foi inspirada nos estudos de Herbert William Heinrich na década de 30 e sua Pirâmide de Heinrich. De acordo com ele, “todo acidente possui uma causa e nenhum acidente acontece por acaso” e após 70 mil análises de acidentes de trabalho, chegou à proporção de 1-29-300 para lesões sérias, menores e inexistentes.

Esse trabalho é base para a teoria da segurança comportamental, que indica que 95% dos acidentes de trabalho são causados por atos inseguros. Entretanto, segundo Heinrich, esses problemas devem ser solucionados pelas duas extremidades da pirâmide e não apenas pela base - como é com a Pirâmide de Bird.

Na teoria Dominó, do mesmo Heinrich, são cinco as principais causas de um acidente: personalidade do colaborador, comportamentos ruins, atos inseguros, acidentes e lesões. Suprimir uma dessas peças poderia interromper a cadeia de riscos, prevenindo acidentes com maior eficiência.

Ou seja, quando um trabalhador está estressado, principalmente com o excesso de trabalho e denominado Burn Out, ou até mesmo doente e sob uso de medicamentos, são alguns comportamentos que causam risco à segurança do trabalho, assim como a ausência de treinamentos e proteções.

Por isso, eliminar os atos e condições inseguras, a partir de treinamentos eficazes, equipamentos de proteção individuais (EPIs) e boas ações no manejo de máquinas perigosas são exemplos de medidas que podem paralisar estes eventos causadores de acidentes.

Outra diferença entre as duas teorias é que Heinrich defendia que os acidentes aconteciam apenas pelo comportamento do trabalhador, a partir de atitudes, habilidades e conhecimentos obtidos, enquanto Bird argumenta que os riscos vão além dos trabalhadores, principalmente pelas ferramentas e características de trabalho.

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