O que é EBITDA?
Por que o EBITDA é tão importante?
Como calcular o EBITDA?
Qual a diferença entre EBITDA e EBIT?
Cuidados ao calcular o EBITDA
Aprenda mais sobre gestão financeira!

Aprenda o significado do termo EBITDA e descubra como realizar o cálculo desse indicador

Também conhecida como Lajida, EBITDA é uma sigla extremamente comum no mundo empresarial. Entenda, neste artigo, o seu significado e como realizar os cálculos.

Thiago Coutinho
Por: Thiago Coutinho
Aprenda o significado do termo EBITDA e descubra como realizar o cálculo desse indicador

EBITDA é uma sigla em inglês que significa "Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization" e tem como objetivo avaliar a performance operacional de uma empresa, independentemente de suas escolhas de financiamento ou estratégias de depreciação.

Você sabe mensurar se a sua empresa está, ou não, sendo rentável? Geralmente temos o costume de medir somente os resultados finais de uma empresa, mas com apenas essa análise podemos ter uma interpretação equivocada.

Por isso, entender o que é e como calcular o EBITDA é muito importante, não somente para avaliar a saúde financeira do seu negócio, como também para o mercado de ações, principalmente porque investidores e analistas financeiros são ajudados nesse análise.

Quer entender mais sobre EBITDA e aprender a calcular a capacidade de geração de fluxo de caixa da sua empresa? Então acompanhe os próximos tópicos:

  • O que é EBITDA?
  • Por que o EBITDA é tão importante?
  • Como calcular o EBITDA?
  • Qual a diferença entre EBITDA e EBIT?
  • Cuidados ao calcular o EBITDA.

O que é EBITDA?

O EBITDA é um indicador de rentabilidade que representa quanto a empresa está gerando de caixa.

A sigla EBITDA significa Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization. Em português, isso significa “Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização,” sendo por isso também chamado de LAJIDA.

Através do cálculo do lucro operacional da empresa (ou seja, o lucro antes dos juros e impostos), mais as despesas de depreciação e amortização, obtemos um resultado que reflete a capacidade da empresa de gerar fluxo de caixa a partir de suas atividades operacionais, sem considerar as despesas financeiras ou tributárias.

Contudo, por que retirar os juros, impostos, depreciação e amortização da conta? A resposta é: eles não refletem de fato o quanto a empresa gera de caixa.

Não entendeu? Então, deixe-me explicar de uma forma mais simples. Retiramos os juros porque eles dependem de quanto está sendo investido e da estrutura do investimento. Quanto aos impostos, eles são subordinados ao local onde a empresa está situada.

Já a depreciação e amortização dependem das decisões feitas pela empresa nos seus investimentos e não das suas operações de fato.

Ao retirar tudo isso, ficaremos apenas com aquelas despesas envolvidas nas operações da organização. E é dessa forma que identificamos se a empresa é rentável ou não. Afinal, se olharmos somente para o lucro líquido, poderemos ter uma visão errada dessa rentabilidade.

Por que o EBITDA é tão importante?

Com o cálculo do EBITDA, temos um nivelamento maior entre as empresas a nível internacional, pois existem diferenças nas leis tributárias e também fórmulas diferentes para o cálculo das depreciações e amortizações.

Além disso, a análise também é útil também para medir o desempenho de empresas endividadas, pois os valores pagos com encargo podem reduzir muito ou até mesmo resultar em prejuízo.

É importante também levar em consideração que um EBITDA negativo significa que a empresa não está sendo rentável, mas isso não implica necessariamente em prejuízo, pois ela pode receber capital de investimento.

Deve-se ter cuidado com um valor de EBITDA positivo também, pois ele pode esconder na verdade um prejuízo causado por exemplo por clientes que não pagam ou despesas não pagas pela empresa.

Por isso, o mais aconselhável é usar o EBITDA sempre em conjunto com outros indicadores financeiros.

Como calcular o EBITDA?

Para facilitar o entendimento do cálculo do EBITDA, nada melhor que um exemplo, certo? Então, vamos supor um.

Imagine que uma subsidiária da empresa Wayne Enterprises obteve os seguintes dados no DRE (Demonstração do Resultado do Exercício):


Receita Líquida: R$ 50.000,00

Custo de mercadorias vendidas (CMV): R$ 4.729,42

Despesa com vendas: R$ 5.365,20

Despesas gerais: R$ 2.341,58

Despesas administrativas: R$ 1.120,30

Depreciação: R$ 500,00

Amortização: R$ 1.000,00


Para calcular o EBITDA, basta realizar a subtração das despesas a partir da receita líquida, exceto depreciação e amortização. Assim, temos:


EBITDA = 50.000,00 - (4.729,42 + 5.365.20 + 2.341,58 + 1.120,30) = R$ 36.443,50


Poderíamos calcular de outra forma também. Por exemplo, se nos tivesse sido dado o lucro operacional, que é a receita líquida menos todas as despesas, bastaria adicionarmos novamente a depreciação e a amortização.

Como podemos constatar pelo resultado obtido no cálculo do EBITDA, essa subsidiária está sendo rentável.

Lembre-se que, como vimos, devemos ter cuidado para não sermos precipitados na análise, pois pode ser que os resultados financeiros obtidos façam com que a empresa tenha prejuízo no final.

Qual a diferença entre EBITDA e EBIT?

Esses dois indicadores são frequentemente confundidos, mas cada um tem suas particularidades e aplicações.

EBIT significa Earnings Before Interest and Taxes, ou seja, para o cálculo desse indicador, a depreciação e amortização são levadas em conta.

Sendo assim, através do EBIT descobrimos qual é de fato o lucro contábil de uma empresa, excluindo os resultados financeiros. Já o EBITDA foca em levantar os valores que afetam de forma direta o fluxo de caixa da empresa.

Cuidados ao calcular o EBITDA

Como já foi dito nesse artigo, é necessário ter muito cuidado ao se realizar uma análise financeira de uma empresa se baseando somente pelo EBITDA, porque as empresas conseguem mascarar resultados ruins através desse indicador.

O economista e investidor americano Warren Buffet, presidente da Berkshire Hathaway, diz:

“Surpreende-me quão difundido o uso do EBITDA se tornou. As pessoas tentam mascarar demonstrações financeiras com isso.

Não vamos comprar (ações) em empresas onde alguém está falando sobre o EBITDA. Se você olhar para todas as empresas e dividi-las em empresas que usam o EBITDA como uma métrica e as que não usam, suspeito que você encontre muito mais fraudes no primeiro grupo.

Olhe para empresas como Walmart, GE e Microsoft - elas nunca usarão o EBITDA em seu relatório anual”.

Entendeu o perigo da coisa? Deixe-me explicar. Embora a depreciação e amortização não sejam de fato uma saída de caixa, ambas têm grande impacto, na maioria dos casos, nos resultados da empresa.

Como exemplo, imagine uma empresa que não tenha outros ativos além de várias fábricas em sua conta de ativos de imobilizado, fábrica e equipamento. Naturalmente, ao longo do tempo, essas fábricas perderiam valor à medida que envelhecem e são usadas.

Usar o EBITDA como um meio de valorizar essa empresa seria totalmente incoerente, já que não levaria em conta a perda de valor que as fábricas estão experimentando. Fazer uso do EBITDA, nesse caso, exageraria os ganhos da empresa e, assim, exageraria seu valor.

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Thiago Coutinho

Thiago Coutinho

Thiago é engenheiro de produção, pós-graduado em estatística e mestre em administração pela UFJF. Especialista Black Belt em Lean Six Sigma, trabalhou na Votorantim Metais e MRS Logística, onde foi gestor e especialista em melhoria contínua. Com certificações MOS® e Auditor Lead Assessor ISO 9001, atuou em projetos de consultoria e ministrou treinamentos e palestras em congressos como ENEGEP e Six Sigma Brasil. Professor nas áreas de Gestão e Empreendedorismo, é fundador do Grupo Voitto e mentor de empresas, dedicando-se à liderança executiva da Voitto, com a visão de torná-la a maior escola online de gestão do Brasil.

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